quarta-feira, novembro 14, 2007

O homem dos sete instrumentos...

Ora, nós já o conheçemos de gingeira como Nicotine's Orchestra, quase todos tivemos o privilégio de nos divertirmos com ele, com o Chicken Birdie e com o Fast Eddie Nelson no concerto de Los Santeros, alguns de nós já o vimos com os Act Ups (grande banda!, aliás como as outras, mas estes têm de ver)e, se bem me lembro, uma visita assídua do nosso blogetal já o viu como Ballyhoos...agora quando isto me chegou via ZDB eu nem estava bem a acreditar...



É pá, então não é que é verdade, o homem também tem uma banda de hip-hop e vai dar um concerto na muy respeitável ZDB! É ler...

BRO-X (PT)
DJ Shimmy (US)


Sábado 17 de Novembro às 22h00
O_fim_do_hip_hop_sessions


Bro-X
Contactaram-me da Galeria Zé do Bois para fazer uma consulta crítica e célere a uma banda de hip-hop que emerge na Margem Sul do Tejo, mais precisamente na Baixa da Banheira.
Essa localidade também é conhecida nos meios da delinquência como Xangai. Tal nome deve-se ao seu passado estar cheio de relatos de violência e velhacaria dos seus habitantes mais patifes. A banda chama-se Bro X. Uma irmandade que passa nas margens do conhecido tal como a terra da qual saíram, Xangai e não Baixa da Banheira.
Muito embora a conservação do X na palavra Baixa talvez não seja casual, tal como a opção do X no nome da banda seja a cruz, e essa cruz o passado da sua terra, e a cruz que a banda carrega no nome como uma bandeira não seja fruto do acaso. Não sabendo e apenas especulando resta-nos adivinhar nas estrelas e no que elas nos comunicam.
Tio Black, Moçoespinho, Mc Cuta, DJ Canholas, DJ Toinn são os cinco elementos.
Num planeta onde as pessoas vêm exactamente os mesmos filmes em qualquer parte, os mesmos programas de televisão, as mesmas notícias, haverá quem afirme que a globalização tem consequências negativas porque anula a diversidade criando uma homogeneização do mundo em que vivemos, outra perspectiva mais optimista acredita que nada com a globalização tenha sido uniformizado, tornado semelhante, mas sim, que com ela se criou um imaginário comum e tendencialmente indiferenciado, apoiado na disseminação total de tudo a um nível planetário, mas essa anterior dicotomia embora útil para percebermos o phatos social e histórico que faz surgir uma banda como Bro X não me parece que seja a forma de compreender o seu propósito de existência nesse phatos.
O propósito de existência de uma banda como Bro x é a tomada de consciência de que o único caminho que não vai dar a Roma é o do meio, o da normalidade, essa perigosa normalidade que torna tudo em dicotomia, que nos faz esquecer de que é através do contacto entre as coisas diferentes que faz as coisas serem deliciosamente crioulas…
A estrada nacional para o Algarve é crioula e encerra um mito anedótico que é o seguinte:
A estrada teria sido feita por um trabalhador português e um engenheiro inglês, e nenhum deles sabia falar a língua do outro. Por isso em caso de indecisão no caminho a tomar na estrada o português ia perguntar ao inglês:
-O que é para fazer agora?
Ao qual o inglês para não dar a perceber ao trabalhador português que não percebia o que este lhe perguntava respondia com voz autoritária:
-Yes, yes.
E mais um S surgia.
Porquê esta historia? Para demonstrar que se fosse real provaria que nem sempre na razão se constrói o caminho. Para mostrar que por mais que nos custe a viagem aos “eses” não devemos perder da ideia de que o que se ganha na estrada nacional se perde numa auto-estrada e vice-versa. O mito anedótico das curvas na estrada nacional para o Algarve são a prova do que se pode perder se não existir esse paradoxo de incomunicabilidade comunicável que aparece traduzido em cada curva dessa estrada, ainda que sob a forma de mito anedótico.
Logo a parece-me que a colocação das coisas sob a forma de dicotomia não faz grande sentido para entendermos Bro x.
Não me parece que estes queiram afirmar que existe o bem ou o mal, o modo mais correcto ou errado de fazer as coisas, ser eticamente incorrectos ou incorrectos, infringir ou cumprir regras, parece-me que a escolha dos seus passos pretende achar o caminho do bem de mão dada com o mal e encontrar o caminho do mal de mão dada com o bem e nesse caminho ás arrecuas, ás curvas ou em loop andar sempre para que de uma forma ou de outra, escolhendo um caminho ou outro, no final possamos todos deleitar num mergulho solarengo numa praia do Algarve e se possível com um Ghetto Blaster a bombar á beira da água.

Silva Maluange

Entrada: 5€

http://www.zedosbois.org/zdbmuzique/index.htm

e ver aqui



e aqui


e já agora o nick em rio maior no mês passado

3 Comments:

At 1:41 da manhã, Blogger Voris said...

O nick é o maior!

 
At 7:08 da tarde, Blogger Paulo para todas as obras said...

bro-x é fudido ya?

como é?! LX n é XL ya?!

 
At 11:37 da tarde, Blogger Unknown said...

vou-te amar internamente

 

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